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domingo, 5 de julho de 2020

Metaforicamente falando

Um universo irreal
Permeado de muitos prazeres. 
O prazer do desconhecido 
O prazer da imaginação. 

Devaneio
Veraneio
Tiro férias ao seu lado
Mesmo que seja metaforicamente 

Consistente 
E incoerente
Palavras que não sabem 
Para onde ir

Fico sem graça 
Não tem sentido 
Tem sentir 
De graça. 

Dos teus olhos

Já não sei se falo, ou deixo de falar; 
Já não escuto sua voz nos corredores;
Já não tenho mais sinais da sua presença. 
Já não sei se faz falta, ou se deveria fazer;
Tampouco sei o que, e se ainda, queres de mim. 
Vale lembrar que não sei ao certo quem é você, nem sei como te acessar. 
Eu vi amor nos seus olhos e isso me fez tão bem, tão bem que eu queria saber se os seus olhos, ou o amor, eu tonaria ver novamente. 

Sim!

Permito-me aventurar 
Ignorando os vãos desconhecidos do seu eu
Driblando esse "eu" que muitos dizem,
Fingindo não ser você. 

Permito-me à imaginação 
Que te converte e te devora
Como se fosse um rei
Ou um réu. 

Permito-me escancarar o meu ser
Exprimindo-me
E dando minha cara lavada 
a tapa. 

Sim!
Permito-me ao suicídio
Permito-me ao ataque
Permito-me a você. 

Mofo

Deu mofo nos arquivos do coração. 
Estavam velhos
Foram todos pro lixo
Agora estão bem longe

Todos podres
Por falta de utilização 
Todos empoeirados
Sem ver a luz do sol

Não há arquivo ou amor
Que volte
Que se renove
Que ganhe vida

Deu mofo nos arquivos do coração. 
Estavam velhos
Foram todos pro lixo
Agora estão bem longe. 

Permita-me a palavra

Olá, excelência 
Eu tenho um coração gelado 
Ele é duro que nem pedra
E tornou-se impermeável

O coração
Esse órgão que responde à alma
Esse músculo cheio de sangue
Que seca

Esse pedaço dentro de mim
Já não tem a vida que clareia os olhos
Já não pulsa com efeitos especiais
Não vibra 

Eis aqui um órgão 
Com funções unicamente físicas
Carregando em si todo o fado
De nada mais sentir.

Quando passa por mim

Imagino que eu não devesse escrever sobre você 
Mas, na verdade, 
não escrevo sobre você,
Escrevo sobre você em mim. 

E por falar nisso
Que falta faz você em mim. 
Já passam muitos dias,
horas, minutos e saudades. 

Chega até a passar pessoas
Histórias, términos
Começos?
Passa-se o mundo. 

Eu passo por você. 
Passo, 
e cada passo
Acelera o meu compasso. 

E no ato de tanto passar
Já não sei aonde eu fico. 
Sabe...
Às vezes eu só queria ficar. 

Fruto do pecado

Eram duas horas da manhã e eu comia uma maçã
Devorava-a com a imensa vontade que eu tinha de te devorar. 
Quase comi os caroços. 
Pularam em mim. 
Assim como pulou o amor dos meus braços. 
Eu via nos seus olhos uma dúvida, arrependimento, perdão 
Via que não veria mais
Fechei o meu coração com todas as amarras possíveis
Não deixei você entrar
Mas você lutou e lutou 
Arrancou-me um braço e puxou para você. 
Isso dói 
Eu ainda amo
Não me puxe, por favor
Estou tentando superar a sua partida
E sei que não vais mais voltar 
O choro é seco 
Não há uma lágrima 
Só há um aperto tremendo 
Creio que morri. 

Por favor, não me deixe. 

Esquecestes de me habitar?

Ei!
Volte aqui. 
Você esqueceu de habitar meu coração. 

Não sei, acho que foi engano. 
Eu estava na fila o tempo todo. 
Você deve ter me pulado.
Não foi isso? 

Somente por engano
Eh claro. Não é? 
Estou começando a ficar na dúvida. 
Ou seria, com medo? 

Por que você não me habita? 
Sou eu uma não merecedora?
Não consegues me ver como uma casa? 
Só queria ser seu lar. 

Habita em mim,
Que sem você, 
já não sou mais 
Sorriso. 

Somos o oco do mundo

Gargalhadas escandalosas escondem o vazio ensurdecedor. 
Alto tom sem significantes motivos. 
É a alma querendo ressoar sua existência. 

-Vejam como eu riu bonito. Me deem mais motivos. 
E assim são intermináveis breves 30 minutos, precedentes de uma mumificação interior. 

Os dentes que sorriam, agora se travam. Se fecham como se não quisessem expor o buraco negro que há da boca para dentro. 

É o oco. O oco do mundo mora dentro de nós. 
Mora em cada desejo repreendido, em cada vontade desdenhada. 

Silêncios interrompidos. 
Implosão. 

Das faltas que me fazes

Ah se você soubesse que todos os dias eu penso em você
Que eu te vejo em detalhes e em compostos
Ah se você soubesse o quanto sinto sua falta
Quanto eu queria ter você aqui. 

Infinitos os dias que passam
E eu não sei como dizer
Não sei se deveria dizer
Mas só existe uma verdade

Eu sinto sua falta
Falta de alguém com uma boa conversa, bom paladar e carisma. 

A vida vai continuar 
E não quero que essas palavras mudem nada
É só que as venho guardando por um longo tempo
E estavam já a sufocar. 

Número e pronome

Um monte de nada
Um tempo vazio
Uma expressão sem conteúdo 
Uma vida fútil 
Um esforço inútil 
Um coração de mentira
Uma mente brilhante 
Uma princesa criativa 
Uma mania dolorosa
Uma perda incalculável de sonhos utópicos e dias recheados de amor platônico. 

Dia da Saudade

E talvez hoje eu devesse sentir saudades... 
Saudades dos que me deram presentes, dos que me levaram para sair, dos que passaram por mim, dos pedidos... 
Mas não. 
Minha saudade é toda sua. 
Os batimentos, os apertos. 
Meu espaço oco é todo seu 
E preenchido está.

Almas afins

Sou amor em chamas Arde em mim uma fome eterna Mistura de ansiedade e alegria A felicidade do SIM. Ah, esse negocio dentro de mim Que insiste em se debater Como que quisesse explodir Em mil frases deu te amo. Que teimosa eu sou Poupo-me das conjunturas sociais Desconstruo a lógica do certo E entrego-me ao seu infinito Somos Dedos entrelaçados Almas escancaradas Corações afins.

Alguém aí?

Você está desaparecendo
Está indo embora
Sumindo
Acho até que não pensei em você hoje

Parastes de me habitar 24h por dia

Chego até a esquecer completamente da sua existênica
Você está indo?
Acho até que não sinto mais rancor.

Quantos anos é necessário para uma pessoa deixar de existir?

Creio que já me habitas como um sonho
De apenas uma noite 
Abri os olhos e não te percebo mais aqui

Não sinto mais a sua saudade

As marteladas cessaram
Acho que realmente você se foi
Adeus.

Pontos de vista

Não é mais do mesmo 
Tudo está diferente 
Eu vejo diferente 
Sinto também...

Principalmente sinto. 
Sentimentos que beiram o vazio e transpassar pela felicidade extrema. 
Como é gostoso se relacionar bem. 

Simplesmente se escolhe a quem dar afeto
E às vezes as escolhas são bem boas
Boas a ponto de mudar sua relação com o mundo todo. 

Porém, as escolhas "ruins" me entristecem. 
Quando o único desejo é passar coisas positivas, contribuir, e tudo é rejeitado. 
A vontade é desapresentar o meu ser...

Deixo para lá. 
Que cá tem abraços, sorrisos, conversas e olhos maravilhosos. 
É possível se preencher disso. 
Permaneço.  

Hoje eu não me basto

Hoje, não me basto
Me corto e me rasgo 
Engasgo com soluços 
De choros interrompidos 

Peito comprimido 
Bate oco 
Bate seco
Bate só 

Hoje, não me basto 
No entanto, tenho que me bastar
Só há o abraço dos meus braços
Gelados

Fria atmosfera 
Sopro do deserto 
Sinto marteladas aqui dentro
Espero que estejam caçando diamantes. 

Vida de atriz

Abriu a porta para mim 
E me deu o que eu nem pensara em pedir
Nem cogitara necessitar 
Algo que me tiraria daquele caminho

Você despertou o melhor de mim 
Me trouxe uma leveza 
Uma reciprocidade no olhar
E no sorriso

Fico aqui cogitando se é atuação 
E que horas vai acabar
Ou se é real 
Se realmente é palpável 

É como estar sonhando.
Atravessei  os céus 
Perdi uns 50 quilos
E prece que posso voar. 

É tanta beleza. 
E aquele semblante voltado para mim...
O toque suave e intenso
Compostos complementares. 

O deixar

Um amor foi mandando para um outro hemisfério. 
Em um barquinho de papel. 
Que vai lentamente e se perde no horizonte.

Estamos em uma nova estação. 
Os ventos são gélidos 
Deixam os olhos petrificados 
É preciso deixar ir

A estação vai embora
E leva esse sentimento 
É uma dor suave
Sangra e é feliz

É feliz, pois sinto ventos de esperança 
Correntes frias que sopram o corpo
Sopram forte 
Como se fossem me levar para um novo reino, cheio de luz. 

Mas, para quem vive de hipérboles
Todo amor é o único 
E deixar o amor da sua vida
Não é tão fácil assim. 

Um pedaço de mim

Um amor foi mandando para um outro hemisfério. 
Em um barquinho de papel. 
Que vai lentamente e se perde no horizonte.

Estamos em uma nova estação. 
Os ventos são gélidos 
Deixam os olhos petrificados. 
É preciso deixar ir. 

A estação vai embora
E leva esse sentimento. 
É uma dor suave
Sangra, e é feliz.

É feliz, pois sinto ventos de esperança
Correntes frias que sopram o corpo
Sopram forte 
Como se fossem me levar para um novo reino, cheio de luz. 

Mas, para quem vive de hipérboles
Todo amor é o único 
E deixar o amor da sua vida
Não é tão fácil assim. 

Fios de cinzas

É um absurdo completo você me deixar assim 
Você ir embora e nem olhar pra trás 
Eu deixei você ir porque seria o melhor pra você
Mas assim? 

Simplesmente me apagou?! 
Apagou todos esses meses de vida conjunta?! 
Só porque eu não poderia te dar o amor que você queria naquela hora?! 
Só porque eu precisava de um tempo pra mim?! 

Como é possível apagar uma pessoa da sua cabeça assim?!
E dissestes que tanto me tinha afeto...
E dissestes tantas coisas. 

Agora eu te vejo em outras pessoas
Em cenas de filmes
Em comidas
Doces

Odeio os doces
Odeio cabelos amarelos
Odeio inteligência
Odeio poesia

Sua insensibilidade...
Mas eu te deixei ir 
Não pude dar o que você queria naquele momento
Te deixei ir 

Eu quero tacar fogo em você!

Um socorro

Eu tinha uma estaca enfiada no peito, que me ardia e me tirava a consciência.
Sem saber pra onde ir, fui até você e supliquei para que a arrancasse de lá. 

Oh, você estacou mais duas e meu coração, agora dilacerado, não consegue nem sequer respirar. 

Perco a força. 
Choro. 
Fico com raiva. 
Choro. 
Acabo desistindo de chorar. 
Acabou o fôlego. 

Com o que resta, parto para a floresta na esperança de encontrar qualquer coisa. Ouço um barulho...
É uma cachoeira. 
Não posso adentrar naquelas águas, mas cá da beira eu escuto aquele som, que soa como uma terapia. 
Eu me acalmo. 

Por vezes me lembro de você e fico triste e com raiva. Mas passa. 
Apenas água... Cachoeira... 
Tudo vai ficando mais lento
Até que eu apago.