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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Justificativa de existir


Só estou em busca do que me completava
Só estou em busca do que sempre estive
Do que as vezes tive
E que sempre quis ter

Agora não tenho nada

Só tenho saudades
Resquícios mortais
Impulsos escondidos a sete camadas

Desconfiguração quanto humana

Quanto quem ama
Quanto quem sente 
Quem vive

Estou em busca do que há por baixo desse pano preto

Dessas palavras de ódio
Dessas ações de desgosto
Dessa cara de desprezo

Em busca do gosto da paixão

Do cheiro da alegria
Do som da alma
Do verbo universal.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pane comunicacional da sociedade e do indivíduo

   
      O que achar quando se para pra pensar nas relações individuais e interpessoais dos dias de hoje? Garanto que há muito a se questionar e refletir sobre a forma que nós nos comunicamos conosco e com os que nos rodeiam, perto ou longe.
      Aqui faço um apanhado de pequenas questões interessantes mas, que nos permitem levantar grandes interrogações acerca do que é o ser humano virtualizado.

      Mentes superocupadas, pouca racionalização, menor reflexão. O excesso de coisas e de afazeres se tornaram fatos comuns entre as pessoas do mundo do capital. Todos a todo momento estão sempre em um movimento compulsivo de cumprimento de prazos, trabalhos, "estudos", "pesquisas", do fazer, fazer e fazer, afinal, é preciso ter, ser, ver, saber, estar inserido, conquistar seu lugar na sociedade.
    E o ser neste lugar tão desejado como único e especial, o ponto de realização despertado do mais íntimo de cada um, nada mais é do que uma das muitas engrenagens da grade máquina de poder que, sob conceitos distorcidos, criam anseios mecânicos como obstinações "reais".
     Sob esse movimento frenético fica cada vez mais difícil parar para analisar os pontos fundamentais da vida, do que ela é e o que você quer dela, se realmente é VOCÊ que quer, e qual o sentido de tudo isso. Existe até um ditado peculiar: "Mente vazia, oficina do diabo", e como ninguém quer ser contra a lei divina, vamos ocupar nossas mentes de qualquer forma possível.
     Não digo que ninguém pensa. Muitas pessoas se questionam superficialmente sobre o viver e o fazer social e individual, emergem com dúvidas que, em grande maioria, nos aparecem em forma de revoltas e protestos e, assim como eles, desaparecem no primeiro indício do ter que sair da comodidade. Mesmo que pensemos "diferente" não nos permitimos caminhar fora da confortável inércia.
   Esse modo de viver acelerado está sendo refletido duramente nas relações interpessoais. A celeridade das ações chegaram junto com a mídia da instantaneidade, a internet. Estamos num mundo onde não é mais comum as pessoas dialogarem face a face, a prezar uma boa roda de amigos e uma boa conversa (digo aqui um diálogo ou uma conversa construtiva que despende de tempo, assuntos, questões, interesses, filosofias, que tendem a algum objetivo e não superficialidades).
   O momento de agora é estar conectado a todo mundo a todo instante, ter um status virtualizado, ater-se às novas tecnologias, atualiza-se de informações, lotar a cabeça com dados e mais dados que nada serão além disso para as pessoas que só pensam em comer a todo instante o que se passa na rede.
    A comunicação gira em torno desse tsunami de informações e se você ficar de fora de um lançamento de um carro de última geração, de uma "catástrofe" no seu país, você se torna automaticamente um ser à margem. É sobre isso que se alimentam as relações humanas, ficar sabendo do que aconteceu e quem fez o que sem se debruçar na implicações desses acontecimentos.
    Recortando mais um pouco esse grau de relacionamento tomarei como exemplo os casais, seja de namorados, casados ou ajuntados. O que se vê nessas relações é uma vontade de completude vazia em sentidos. É uma vontade de partilhar estados pessoais, de relatar o seu eu para o outro, de poder ter a quem informar mesmo que não tenha um algo a ser informado.
    São pessoas extremamente ocupadas, cheia de tempo nenhum que chegam em casa olham para o outro, cospem o que se passou no seu dia, a roupa nova que comprou, a nova colega de trabalho, dizem que se amam, quando dizem(e o que seria esse amor não vou discorrer sobre agora), e vão dormir para acordar nessa rotina cheia de coisa alguma.
     Não existe entre essas pessoas o tempo para elas, a oportunidade de filosofar, pensar dialogando, sobre as coisas importantes que gostam, projetar um futuro, permitir-se a completude em todos os níveis interpessoais possíveis, poder viver uma existência real.
     Ao contrario disso, temos as relações líquidas(conceito utilizado por Z. Bauman em vários ensaios, textos e livros seus que refletem sobre a nossa sociedade defasada), temos relações breves e conturbadas, sedo nós mesmos portadores de pensamentos breves e conturbadores, a falta de autoconsciência resulta numa inconsciência geral.
     Penso que seja o momento de se conectar e deixar de ser conectado, ser o dono da ação, utilizar as ferramentas em prol dos seus objetivos e não o inverso disso, não ser o refém desse processo. Parar. Pensar. Por que estou trabalhando nesse projeto? Para que quero esse objeto? Com que finalidade devo utilizar tal serviço? Qual a obrigatoriedade das coisas? Você tem que fazer isso?
     Na vida as coisas são muito mais simples do que pensamos. Basta deixar as amarras, buscar o real e perceber que a paz e a felicidade que aspiramos é passível desse mundo.













domingo, 14 de setembro de 2014

Sois


Deixa eu poetizar sobre você,
Meu amor.
Hoje minha vibe pede isso
Hoje minha vibe pede você em mim.

Me permita traçar o seu rosto
Como uma marca sagrada
Como uma arma secreta
Um arsenal indestrutível

E é do seu potencial
A beleza terna
É eterna
De cores e tons

E os tons da sua voz
São sóis
São céus
Tão seus

Todos meus
Pensamentos
Movimentos
Amor sem fim.






sábado, 23 de agosto de 2014

Juntos voltaremos a girar



Vou dançando
A cada melodia
Num ritmo acelerado
E as vezes até desritmado

A cada passo
 Um beijo
A cada gesto
Um amor

A cada desespero
Seu abraço
A cada descompasso
Um novo olhar

Juntos voltaremos a girar
Juntos voltaremos a reinar
Juntos voltaremos a sorrir
Juntos voltaremos a ser feliz.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Morrendo



Sinto que estou morrendo
Morrendo a cada dia.
Sinto meu corpo quente
A febre rompe o termômetro.

Tenho alucinações
Na cabeça tudo parece se confundir
São oásis meio a oceanos
Pássaros correm no mar.

A garganta fecha
Não se passa ar
Tento respirar
O mais profundo possível

Uma taquicardia
Palpitação descompassada
Tudo treme
O mundo roda

Sinto que estou morrendo
Morrendo afogada
Afogada
De amor.

domingo, 15 de junho de 2014

O fluxo


As comportas foram minimamente abertas
E então o filete de água já não cabe nesse espaço
Como num dia brutalmente fechadas
Agora loucamente querem se escancarar

O fluxo desconhece seu caminho
Outrora tão familiarizado
E teme ao ver ao longe
A cachoeira esquecida do outro lado.

Mas a correnteza é muito forte
E sai arrastando
Descontentamento e memórias
Felicidades e prazer

Num impulso arrebatador
Ela se lança aquém
E segue sempre
Sua infinita queda livre



sábado, 24 de maio de 2014

Tudo Nós



Todos os seus amigos me odeiam
Toda essa gente não suporta
E a culpa de quem será?

Todo esse universo não conspira
Toda a humanidade desconhece
E o que será?

Toda aflição me persegue
Todo rancor te persegue
Onde estamos nós?

Tudo isso é demais
E tudo demais é ruim
Por que ainda estamos aqui?

Por que não estamos aqui?
Quem somos nós
Acima de toda a subversão alheia?

Tudo somos nós
Nós somos tudo
Só tudo somos
Quando: Nós.



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Olá



Olá!
Um Oi e nada mais.
É o que eu queria expressar.
Mas não queria te dizer.

Olá!
É você mais uma vez
Um Oi e nada mais.
Nada mais que o meu amor.

Olá!
Dessa vez
Pela última vez
Deixa eu me expressar

Olá!
Já se vai mais uma vez
Sem Oi nem nada mais
Nada mais que na última vez.



sábado, 22 de março de 2014

Era uma vez...



Vivemos em várias almas
Vivemos várias histórias
Vivemos várias vidas
Vivemos tudo com o mesmo corpo

Uma sala quadrada se torna um reino encantado
O chão de madeira se torna uma relva
As paredes ganham dimensões inimagináveis
O espaço torna-se infinito

Nossos corpos vivem uma história
Sob outras almas
olhares, um amor, movimento
Uma presença real

Uma vibração intensa
Pertencimento total
Dança, choro, casamento
Tudo que se pode haver

E quando as luzes se apagam
Não há mais amor
O corpo adquire nova alma
Era uma vez...



domingo, 16 de março de 2014

Conto de Fadas

Não poderia dizer
que você foi uma das melhores coisas que me aconteceu,
pois assim,
seria apenas um fato.

Não diria também
que és o melhor de mim,
pois esse,
eu construí com você.

Não diria que te quero para sempre
pois o pra sempre pode não ser eterno.

Não diria nada sobre você

Pois o tempo que estaria pensando em mais palavras
eu destino apenas a te amar.

sábado, 15 de março de 2014

Trazer para fora o que se tem dentro de si: Vomitar.


Ele me vomita 
Como vomita sua própria alma.
Ele me cospe
Como um resíduo qualquer.

Ele me despeja
Como se não fizesse parte dele.
E ele me expele como se eu fosse
qualquer palavra lançada ao vento.

Eu vomito
Com toda minha alma
Através de todo o meu ser
De todas maneiras possíveis.

Pessoas conceito dizem o mesmo que eu
Mais um motivo para mim
Meu desejo não muda
Só faço vomitar

Sobre todo esse ser
Sobre toda essa ação
Sobre todo esse delito
Sobre tudo em você.