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domingo, 11 de dezembro de 2011

Pensei um dia

Queria escrever sobre você
Queria declarar o meu amor
Queria ainda ter algum amor
Queria o que você queria

Sabia que ia ser assim
Mas não sabia que ia ser "assim"
Sabia que o amor era para sempre
Mas não sabia que não com a gente

Fazia uma idealização
Criava na imaginação
Construía num relacionamento
Destruía sem contentamento

Proclamava a liberdade
Gritava pela independência
Não sentia saudade
Nem carência ou correspondência

Perdia a noção
Perdia aquela canção
Perdia a vida
Perdia a mim mesma

E ao pensar um dia
Não senti os dias
Que decorreria daquele dia
O dia em que lhe dei o meu amor.

Distância

A escaces em uma distância
Essa que faz perder o sentido
Faz sumir a substância
Deixa o dom escondido

Faltando da memória momentos
Nem aquele tal ferimento
Tão pouco o sonho de um futuro
Ou a questão de que se isso é puro.

Vivendo numa imaginação
Onde personagens já não lhe vem à cabeça
Ganha o mundo uma distorção
Não há amor que se reconheça.

Talvez a mente em auto-defesa
se esconda em baixo da mesa
Confunda aqueles sentimentos
sem torná-los em sofrimentos.

Gira, então, numa roda sem rumo
Até o encontro a tomar forma
Até ser o que era
Até não ser o que foi um dia.

Assim digo-lhes

Amo apaixonar e me apaixonar; isso é uma busca incessante de êxtase.


Uma vida movida à base de adrenalina. Injetável conservador da perfeição.


Querer, desejar, adquirir, suprir, manter, modificar, engrandecer e agradecer.


Momentos melhores merecem mais melodia, músicas marcaram mudanças.


Volitando vou vendo vultos, vastos vulcões, velhos vinhedos... Vulnerável versifico.


Criações criativas, contudo cruéis, carentes, corruptas, cadáveres caminhando.


Uma luz não pode ser exaltada num ambiente opaco. Fluidifique, dedique, aplique. 


Seja realista. Quiser desistir, insista. Acorde, se vista, se jogue na pista.


Fora do comum não existe mais um, existe mais vida, existe mais sentido.


Crer na palavra, no que passam nos olhos. Os meus olhos, tão meus, tão seus, só meus.

Concreto desconcreto

Surgiu um dia em que surgi
Então me contemplando em nova forma
Imaginando que a partir desse momento poderia agir.
Essa vontade me tranformara.

Mas nada pior do que se ver em estado vegetativo.
Queria cumprir e sentir o alívio
Fazer viver quem estava vivo
Poder montar a vela sem esquecer do paviu.

Sem compor ou manter a arte
Apenas terror e puro desgaste
Sem vida e sem ar
Sem comida ou luar.

Na beleza da surrealidade
Tortura, na verdade.
O inferno de volta,
de novo a revolta.

Queria poder concretizar,
e no meu papel encarnar.
Transcender com clareza,
demonstrar a sublime sutileza.

Aqui

O que o céu faz,
o mundo chora.
O que o sol é capaz,
o solo ignora.


De uma gota,
de uma ave.
Vêm estranhos
Pousam naves...


Explode o mar,
polui o ar,
suja o rio...
Produz o vazio.

Faz o nada
sem fim nenhum
Até a madrugada
em um universo comum.